Com investidores ansiosos sobre quando o Federal Reserve vai reduzir os juros nos EUA, as falas de Jerome Powell fazem do pregão de hoje uma ‘mini Super Quarta”, ainda mais porque na agenda há ainda discurso de Campos Neto.
Se lá fora as preocupações são sobre os juros elevados, por aqui é sobre até onde vai o ciclo de cortes por parte do Copom. Em meio a isso, a alta do dólar levou o Banco Central a intervir no mercado de câmbio. Com adição de valorização do petróleo, os juros locais também sobem.
Dito isso, os índices futuros em NY operam em baixa nesta quarta-feira (03), dando continuidade ao início de trimestre negativo, enquanto investidores aguardam por novos dados de emprego (pesquisa ADP) da maior economia do mundo, que serão divulgados antes do payroll de março, na sexta-feira.
Além de Powell, outros membros do banco central americano, incluindo as governadoras do Fed, Michelle Bowman e Adriana Kugler. O presidente do Fed de Chicago, Austan Goolsbee, e o vice-presidente de supervisão do Fed, Michael Barr, também falarão em eventos.
Por aqui, sai a produção industrial de fevereiro, com consenso LSEG projetando alta de 0,3% na base mensal e de 5,6% na base anual, além do PMI de serviços. Já Campos Neto estará em evento promovido pelo Bradesco BBI.
Em Brasília, a decisão do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), de manter a desoneração previdenciária para pequenas e médias prefeituras, tomada na segunda-feira (1º), provocou ruídos no governo, que alegou não ter sido avisado da decisão de Pacheco.
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1.Bolsas Mundiais
Estados Unidos
As bolsas norte-americanas sofrerem perdas de até 1% ontem, em seu pior pregão em várias semanas, diante de temores de que o Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) seja cauteloso e deixe para começar a reduzir juros apenas mais adiante, talvez no segundo semestre.
Veja o desempenho dos mercados futuros:
Dow Jones Futuro: -0,03%
S&P 500 Futuro: -0,14%
Nasdaq Futuro: -0,24%
Ásia
Os mercados asiáticos fecharam com baixa nesta quarta-feira, seguindo o comportamento de Wall Street, que teve ontem seu pior desempenho diário em semanas em meio a preocupações com a trajetória dos juros básicos nos EUA. Com a falta de apetite por risco, pesquisa da S&P Global/Caixin que mostrou o PMI de serviços chinês avançando a 52,7 em março, como previsto, ficou em segundo plano.
Vale lembrar que os mercados chineses estarão fechados na quinta e sexta-feira devido a feriado.
Shanghai SE (China), -0,18%
Nikkei (Japão): -0,97%
Hang Seng Index (Hong Kong): -1,22%
Kospi (Coreia do Sul): -1,68%
ASX 200 (Austrália): -1,34%
Europa
Os mercados europeus operam com alta em sua maioria, com investidores repercutindo dados de inflação da região. A inflação nos 20 países da zona euro diminuiu para 2,4% em março, de acordo com números preliminares publicados na quarta-feira. Economistas consultados pela Reuters esperavam que a taxa se mantivesse estável em relação ao mês anterior, em 2,6%.
FTSE 100 (Reino Unido): -0,39%
DAX (Alemanha): +0,34%
CAC 40 (França): +0,33%
FTSE MIB (Itália): +0,15%
STOXX 600: +0,09%
Commodities
As cotações do petróleo operam em alta, ampliando os ganhos da véspera, uma vez que uma queda maior do que o esperado nos estoques de petróleo bruto dos EUA e a escalada das tensões geopolíticas aumentaram as preocupações dos investidores sobre a oferta mais restrita.
As cotações do minério de ferro na China fecharam em baixa, mas ainda são negociados em alta semanal, à medida que os traders equilibram a fraca demanda e as esperanças de um melhor consumo futuro. A crise imobiliária da China reduziu a procura de produtos siderúrgicos, que são fortemente utilizados na construção civil. O minério de ferro de referência para maio (SZZFK4) na Bolsa de Cingapura caiu 1,9%, para US$ 99,65 por tonelada.
Petróleo WTI, +0,22%, a US$ 85,34 o barril
Petróleo Brent, +0,29%, a US$ 89,18 o barril
Minério de ferro negociado na bolsa de Dalian teve queda de 2,54%, a 749 iuanes, o equivalente a US$ 103,51
Bitcoin, +0,72% a US$ 66.553,05 (em relação à cotação de 24 horas atrás)
- Agenda
A agenda desta quarta-feira é marcada por dados da indústria e de serviços no Brasil, além de novos dados do mercado de trabalho americano.
Brasil
9h: Produção industrial Fevereiro; consenso LSEG prevê alta de 0,3% na base mensal e de 5,6% na base anual
10h: PMI de serviços
10h: Campos Neto concede palestra na 10ª edição do Bradesco BBI Brazil Investment Forum, promovido pelo Bradesco BBI, em São Paulo.
EUA
9h15: Emprego privado (ADP) de março; consenso LSEG prevê 148 mil solicitações
10h45: PMI de serviços
11h: ISM de serviços
11h30: Estoques de petróleo semanal – EIA
13h10: Discurso do presidente do Fed, Jerome Powell
- Noticiário econômico
Discussão de metas fiscais de 2024 e 2025 está na mesa
A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, disse nesta terça-feira que o governo reavaliará mês a mês a meta de déficit primário zero estabelecida para este ano, e acrescentou que, com os números da arrecadação, ficará mais claro se a meta de superávit de 0,5% do PIB para 2025 poderá ser mantida.
Haddad diz que escolha do novo presidente do BC será tranquila
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), afirmou nesta terça-feira que o processo de escolha do futuro presidente do Banco Central será tranquilo e fruto de diálogo, ressaltando que tem conversado sobre o tema com o atual presidente da autarquia, Roberto Campos Neto.
- Noticiário político
Desoneração da folha dos municípios cria ruído entre o Senado e o governo
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), argumentou que a decisão de invalidar o trecho da Medida Provisória (MP) 1202/2023, que derrubava a desoneração previdenciária para pequenas e médias prefeituras, teve objetivo de evitar uma “insegurança jurídica manifesta”. A MP, editada no final do ano passado pelo governo federal, restabeleceu de 8% para 20% a alíquota das contribuições ao Instituto Nacional do Seguro Nacional (INSS) por parte dos municípios com até 156 mil habitantes.
Pacheco (PSD-MG) também disse que “não há necessidade de reação” do Ministério da Fazenda sobre sua decisão de derrubar a reoneração da folha dos municípios e “nem justificativa para isso”. A decisão do presidente do Senado, tomada na segunda-feira (1º), provocou ruídos no governo, que alegou não ter sido avisado da decisão de Pacheco.
- Radar Corporativo
BRF (BRFS3)
A BRF (BRFS3) informou o encerramento do programa de recompra de ações, tendo em vista que foi atingido o número máximo de ações ordinárias adquiridas. O frigorífico adquiriu em bolsa de valores, a preços de mercado, o total de 14 milhões de ações ordinárias de sua emissão, que serão mantidas em tesouraria e posteriormente utilizadas para a execução do Plano de Outorga de Ações Restritas ou Plano de Outorga de Opção de Compra.