O administrador de empresas Fernando Trabach Filho destaca que a inteligência artificial (IA) deixou de ser uma promessa futurista para se tornar uma engrenagem cada vez mais presente nas estruturas empresariais. De startups a grandes corporações, a IA já integra rotinas operacionais, define estratégias, automatiza processos e influencia decisões com impacto direto nos resultados financeiros e na competitividade.
Essa participação vai além de tarefas técnicas. A IA já ocupa funções de análise preditiva, gestão de dados, relacionamento com clientes e até definição de preços e alocação de recursos. A incorporação da IA nas empresas não é apenas uma questão de tecnologia, mas de modelo de gestão. Adaptar a estrutura para absorver inteligência artificial se tornou um diferencial competitivo.
Em quais áreas a IA já está integrada dentro das empresas?
Departamentos de marketing e atendimento ao cliente foram os primeiros a incorporar soluções de IA, com o uso de chatbots, análise de comportamento e segmentação automatizada. Hoje, essas ferramentas já estão presentes também na contabilidade, no RH, na logística e no jurídico. Fernando Trabach Filho ressalta que a capacidade da IA de cruzar grandes volumes de dados em tempo real acelera a tomada de decisão e melhora a eficiência operacional.
Essa integração exige mudanças nas estruturas tradicionais?
Sim. Para que a IA realmente contribua com a gestão, é preciso rever processos, redesenhar fluxos de trabalho e treinar equipes. A simples adoção de tecnologia não gera impacto se não houver uma estrutura preparada para usá-la de forma inteligente. Fernando Trabach Filho salienta que o maior desafio hoje não é o acesso à IA, mas a capacidade das empresas de absorvê-la com propósito e visão estratégica.

Isso implica mudar a cultura organizacional, criar departamentos híbridos e adotar modelos de governança orientados por dados. A estrutura hierárquica tradicional, baseada exclusivamente em decisões humanas, começa a dar lugar a ambientes mais colaborativos, onde máquinas e pessoas atuam em conjunto. Nesse cenário, a IA se torna não apenas uma ferramenta, mas uma parceira de gestão.
Quais os cuidados ao incluir a IA em processos empresariais?
A adoção da inteligência artificial exige responsabilidade. É essencial garantir transparência, ética e segurança na forma como os dados são utilizados e como os algoritmos tomam decisões. Fernando Trabach Filho alerta para o risco de delegar demais à IA sem o devido controle humano, o que pode gerar distorções, vieses e decisões equivocadas. Empresas devem estabelecer políticas claras de uso da IA, com auditorias e monitoramento constante. A inteligência artificial pode transformar a estrutura empresarial, mas essa transformação precisa ser acompanhada de princípios sólidos, que preservem a confiança e a integridade do negócio.
Caminhos para uma gestão inteligente
A inteligência artificial representa uma evolução natural da estrutura empresarial moderna. De acordo com Fernando Trabach Filho, sua incorporação traz ganhos significativos em produtividade, agilidade e inovação, desde que feita com planejamento e preparo. O futuro da gestão passa por estruturas mais dinâmicas, em que dados, algoritmos e pessoas atuam de forma integrada.
Empresas que entenderem a IA como parte da estratégia, e não apenas como uma ferramenta opcional, estarão mais bem posicionadas para enfrentar desafios e explorar oportunidades. A estrutura empresarial do futuro será, inevitavelmente, moldada por inteligências híbridas: humanas e artificiais, operando em equilíbrio para entregar melhores resultados e decisões mais precisas.
Autor: Svetlana Galina